top of page

Rodrigo Cass explora questões referentes a contenção e ruptura, fazendo referências à filosofia e à arte brasileira, síntese que inscreve sua prática a aspectos diversos: social, espiritual, sexual, político, geográfico e poético. A cor aparece como um elemento conceitual e construtor e assim os vídeos – seu principal meio de expressão – como site specific criam relações de contiguidade e estranhamento com a arquitetura onde são instalados.

Na contramão de trabalhos estritamente conceituais, nos quais a dimensão sensível é rebaixada, Cass interessa-se por um embate com o construtivo das coisas, extraindo de suas qualidades, cor, textura, peso, função, os alicerces dos quais nascem os títulos que o artista dá às suas obras. Por meio do desenho, da escultura, da fotografia, da instalação e da performance para o vídeo essa natureza fenomenológica é clara, bem como a ideia de processo, tão cara à sua pesquisa.

Estamos diante de trabalhos performáticos. O fato de o corpo e o rosto nunca aparecerem, mas somente as mãos, quando muito os braços também, contribui para a ausência de drama e expressão. Não existe aqui lastro subjetivo. Mas sim, mãos que trabalham, metodicamente, repetidamente, sobre algum material. 

O início de sua obra e pesquisa é marcado por experimentações solitárias diante de uma câmera parada, tomando o espaço do quadro do vídeo como uma espécie de membrana entre a ação realizada e a narrativa absorvida pelo espectador. Em todas estas obras, observa-se o aspecto mínimo do cenário e a precisão do enquadramento da câmera fixa, a serviço exclusivamente do conjunto de ações repetitivas encetadas pelo artista com seus objetos de eleição. Há mesmo uma transcendência nestas ações?, parece interrogar-nos o artista, mediante a sua estranha e ao mesmo tempo “desimportante” economia de meios.

 

 

 

 

© 2014 by Rodrigo Cass

  • Twitter Basic
  • Facebook Basic
  • Instagram Basic
  • Pinterest básica Negro
bottom of page